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quarta-feira, 13 de maio de 2020

O dia em que o mundo parou

4 comentários
A vida tava uma loucura, uma correria gigante, o dia já estava curto, pai já não tinha tempo de olhar no olho do filho, amigos? Só de instagram. Corridinha na praia? Correr mesmo só no dia dia. O tempo não dava nem pra ir visitar a mãe ou a vó, igreja mesmo nem pensar, as pessoas vão bem trocar o domingão? E se eu disser que até aquela respiração de um minuto sugerida pelo Apple Watch não estávamos mais com tempo, certeza que você vai pensar que era brincadeira, mas um minuto era muito tempo.

Uma pausa na reflexão pra te alertar, esse texto é grande, talvez você precise investir um tempo a mais, mas por favor, só passe daqui depois que cumprir um desafio:

Desafio: Tente ir pra o lugar mais calmo de fácil acesso seu agora, fecha o olho e respire bem lentamente, no compasso: Inspire bem devagar, espire e solte todo o ar, repita algumas vezes por um minuto, mas lembre, bem lentamente. E aí, como se sente?

E a gente sem tempo nenhum, uma correria monstra, sem poder parar, aí nos aprontam essa, pára tudo. Como assim, aquele negócio que começou na China, longe, que a gente só via na internet e na tv, vai acontecer aqui? Era por volta de 15 de março, e o Mundo Parou! Inacreditável essa sincronia.

Usa máscara, acaba máscara nas farmácias, já não pode mais usar máscaras, compramos pra quê? Corre pra comprar álcool em gel, acabou álcool em gel, pessoas má intencionadas comprando em quantidade pra vender, estocando, enquanto todo mundo só falava nisso. Sabe nos grupos de whatsapp quando começam os metidos a 1º em tudo e bem informados a querer dar sempre a notícia primeiro? Virou ser “O Informado” dizer aonde tem álcool em gel, valor, tamanho, marca... 

Começam as panelas, o mesmo ato com diferença de minutos para ser “o defensor” do chefe de estado, ou um dos “indignados” com o abominável militar. Fiquei imaginando se precisava de uma pausa entre as torcidas de fantoche ou poderia ser por fração de segundos a mudança de lado. Continuei até hoje sem saber e sem entender a que isso levou.

Máscara já pode...

Começaram a cantar nas varandas, que coisa linda, tinha sax, tinha tenor, tinham louvores, tinha de tudo, momento bem diferente, mas como tudo que um dia foi novidade, ficou normal, e normal hoje em dia não tem graça né?

Coitadas das internets. O povo tudo em casa “hômi de Deus”, internet pra que te quero. Tome vídeo, tome jogo, tome besteira na internet, tome besteira, tome besteirol... O rei do besteirol é o Tiktok, instagram virou Face, a moda, quer dizer a “hype”, agora é a rede das dublagens. Mas num diga que vc num vai gostar antes de usar não, porque você vai ver de tudo, de receita a dança, mas vai viciar e, lá é igual a um buraco negro, vai lhe puxando, puxando, até você não voltar mais de lá. Nesse mundo de vídeos curtos, 60s já é demais.

Máscara agora só pra quem tem o coroca...

Aaaaa as lives, artistas começaram a fazer live, começaram a usar o que ainda tinha de bom para arrecadar doações e o que aconteceu? O Conar ficou putinho, porque tomaram uma e conversaram besteira, mas, novela das oito ensinando a se prostituir, traficar e tomar uma é tranquilo né? Fora, que falar merda em horário nobre na tv ou em Brasília pode também né?

Máscara já pode! Mas tem que usar todo mundo agora. Corre pra produzir. Ou povo bom e trabalhador essa UMA PARTE viu, começou a sair máscara de todo jeito, de tecido, de acetato, de plástico, com logo, com frase, destruidoras de orelhas e reveladoras de mal hálitos. Agora tem é demais.

Novamente se formaram 2 grupos políticos, de novo famílias e amigos brigando, não por ideais, mas por razões. Trocando palavras baixas no momento em que as palavras exerceriam a função do proibido abraço. Logo agora! Eu pensava que só ia ver isso de novo lá pra setembro e outubro.

O mundo parou! Enquanto milhares de empresas foram exterminadas pela quebra de braços política, estava lindo postar ”fique em casa” e bater palmas na janela. Vamos homenagear os heróis da saúde e esculhambar as escolar e os professores, que até um tempo desse eram pra ser nossos heróis também. Mas julgar é a especialidade das pessoas, na verdade só julgar não, “esculhambar nas redes”, as pessoas não se colocam no lugar das outras, nem que por apenas um tempinho.

A verdade é que ter tempinho não depende de cronologia, depende de prioridade. O mundo parou a as pessoas continuaram sem tempo, na verdade “tempo de qualidade”. Inacreditável, as pessoas proibidas de sair de casa, só na nossa cidade não, no mundo inteiro. Qual será a próxima vez que a gente vai ver o Himalaia, a China sem poluição e Veneza com águas claras? Não sei, Ele sabe, eu sei!

Vi tanta gente reclamando, com a situação, com o “não poder”, com quem não reclamava antes, com tudo. Mas vi poucos agradecendo. Pelo tempo de criar, de pensar, de refletir, de ter mais tempo. Tempo pra estudar, pra ver, pra amar... (Comenta pra mim Urso amarelo pra quem leu até aqui. Mas respirar 1min não quis né? Kkk)

Morreu muita gente, está morrendo muita gente. Que coisa horrível...

...pra quem fica aqui! É a dura verdade. Talvez pra uns seja até irritante ler isso. 

Estamos há 60 dias em quarentena, estamos há 60 dias sepultando pessoas e empresas. Você acredita que tudo isso poderia ter sido diferente, se a gente pensasse diferente, se a gente pensasse um pouco mais? Você ainda acha que ou é pregar o “ficar em casa” quem é contra o abominante militar, ou é “ir pra rua” e voltar com tudo, aos que tão do lado do chefe de estado? Não existe soluções mais inteligentes? Até quando vocês vão continuar acreditando nesse mundo aí? Hein? Relaxa né? Aaaaaa, tem tempo né? 
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Abdelghafour

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4 comentários

Gabriel Steinbach disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Urso amarelo

Gabriel Steinbach disse...

O urso amarelo gosta dos "informados". 😆 Eles me ajudam a descobrir aquilo que não tive "tempo" de pesquisar.

Delano disse...

Parabéns pelo texto. Top demais!!! Arrumei até um tempo para ler. Hora de refletir. ����������