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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Você conhece o ramo do forró, ou acha que conhece?

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Não tem lugar melhor p/ escrever sobre esse tema do que o que estou, Fortaleza-Ce. Mas você conhece o ramo do forró? Ou você acha que conhece? Então leia esse post que você no final me diz.

Primeiro, vou me defendendo um pouquinho p/ não pensarem que estou metendo o pau no forró. Eu não tenho p/ que fazer isso, até porque tenho uma banda de forró e meus eventos 90% são de forró. E mais, tem muita gente talentosa, gente honesta e pessoas maravilhosas nesse ramo.

Modéstia parte sou uma pessoa organizada, e uma coisa que já me incomoda nesse ramo é a desorganização que sempre vejo, como por exemplo o palco cheio de pessoas que não estão trabalhando. Palco de banda de forró é lotado, é como se fosse um camarote bar, todos dançando, bebendo, derrubando bebida nos cabos. Só acho que essas pessoas não sabem nem que precisa de pessoas trabalhando ali p/ poder ter aquele som que elas estão curtindo.

No forró ninguém respeita composições não, é cada um que diga que a música é dele. Uma banda tocando música dos outros e dizendo que é dela. Embora hoje em dia alguns compositores que se destacam, vendem as músicas e até apuram um dinherinho, vai de R$ 1.000,00 à R$ 25.000,00 p/ música. Os temas são sempre de cachaça, farra, carro e mulher.

Uma música dura uns 3 à 6 meses, depois fica velha e defasada. Cd é tudo ao vivo, passa mais a realidade e a pegada da banda. E mais, é instrumento de divulgação, ninguém ganha mais dinheiro em venda de cds não. Tem bandas que chegam a fazer 500mil cds/mês.

A média da quantidade de shows de uma banda de forró é de 25 shows por mês, roda com força e gera muito emprego. O forró movimenta um mercado grandioso no nordeste que milhares de famílias agradecem.

Programas de tv cobram por participações de bandas, e elas pagam claro.

Mas uma coisa que acontece com o forró que não acontece com os outros estilos, ou pelo menos acontece descaradamente mais do que as outras é a Máfia! Chegou onde eu queria, Máfia!

Tem muita aqui viu. É um querendo destruir o outro, sem nenhum pudor. Os grupos brigam entre si, falam mal uns dos outros e sempre dão um jeito de se prejudicarem.

Vamos dar um exemplo: "Um empresário dono de uma banda com raiva de outra porque ela está se destacando sai ligando p/ os parceiros p/ proibir de colocá-la nos eventos." Esses empresários manipulam as atrações, as casas de shows e a programação das rádios e tvs.

P/ que isso? Será que se as bandas de forró se unissem o mercado de forró em si não crescia mais não? Se esses empresários se preocupassem em se unir p/ fortalecer e dar estrutura ao estilo o forró não crescia mais não e até parava de sofrer discriminação no eixo sul e sudeste?

Penso que o forró tem vários defeitos, várias virtudes mas, nós empresários, podíamos nos unir mais p/ organizar mais, dar mais moral à esse estilo tão bonito e rico culturalmente. Ontem estava na casa de um cantor de forró famoso, que por sinal me recebeu muito bem, e conversei isso com ele também.

Pessoal, pensem um pouco, vejam o que acontece, não compactuem com isso não, quando souberem de algo de alguma banda nesse sentido recriminem, vamos contribuir.

Mensagem: Aos que fazem o forró com amor, meu carinho e admiração!!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O que foi aquilo?

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Olá pessoal, td bem?

Bom, hoje vamos direto ao tema. Esse domingo agora, fui acompanhando o Forró Pegado à um festival que estava acontecendo aqui na capital Paraibana. Um convite de Claudinha Leitte, uma participação em uma música e uma conexão de estados, estilos e culturas, como deve ser. Digo como deve ser, porque os artistas devem se unir e se ajudarem.

Tudo devia correr normalmente mas, digamos, alguns critérios fizeram com que o Pegado não pudesse subir ao palco. Calma, vou explicar.

Por interesses contrários e alguns ressentimentos de empresários donos do evento, logo quando a banda entrou no backstage, o cima foi mudando. Primeiro a banda foi barrada na entrada, depois os olhares se voltaram p/ nós que cruzávamos o backstage até o camarote da Claudinha. Nesse tempinho, vi produtores e donos pegarem os rádios comunicadores e se falarem entre si. O que falavam? Bom, aí é com eles, mas até posso acertar 99%!!!

Chegando ao camarim, o produtor da Claudinha nos deixou muito à vontade. Teve uma hora que fui no palco, ver os detalhes e voltei ao camarim. Depois de um tempo vem o empresário da Claudinha com um dos donos do evento falar comigo. Esse sócio do evento, eu diria, o cara que todos tem o respeito, inclusive eu, que tem realmente o poder de decisão, veio me explicar o porquê não ia dar certo. Disse que seus sócios não estavam concordando, um por ter uma certa mágoa com a banda de outra oportunidade, e o outro por dizer que se o evento é deles eles deviam estar sabendo e etc... Entendi tudo e cancelamos a participação.

Depois no final, fomos ao camarim da Claudinha, falamos com ela, tiramos fotos, gravamos um videozinho com ela falando da banda. Super simpática e atenciosa, bem como toda sua banda e produção.

Depois saímos e fomos embora correndo, pois tínhamos que pegar um jatinho p/ Patos-PB, p/ de lá ir no ônibus da banda p/ um show em Condado-PB. A equipe da banda já estava lá, chegamos depois eu, Douglas, Kelly e Bruninho (sanfoneiro).

Mas o que acho disso tudo, o que tirei de proveito e o que tem aí que vocês podem aprender:

Primeiro: Acho que todos os acontecimentos tem os dois lados da moeda, portanto acho que eles tem até o direito e a razão deles, mas as atitudes na hora foram meio extravagantes, tipo, colocar seguranças p/ a banda não subir no palco. Um empresário não precisa disso. Mas tiro o chapéu p/ o sócio do evento que foi conversar comigo, pois foi sincero, soube tratar e teve o devido respeito com a gente. Vi também, com tudo isso, que a banda está num estágio mais avançado do que até eu pensava, p/ parar o backstage de um evento como aquele e provocar aquele medo nos sócios!!;

Segundo: Com isso tudo aprendi que precisamos sempre ter cautela em saber resolver os problemas na hora em que acontecem e que a bebida só faz atrapalhar;

Terceiro: Cuidado sempre como vão tratar as pessoas do meio, mesmo que elas sejam pequenas hoje, elas um dia podem ficar grandes...;

Não guardo mágoa de ninguém, não fiquei muito menos triste, pois essa situação acabou trazendo algumas coisitas mais p/ a banda e p/ mim. Claro que não vou dizer agora, mas vocês e eles verão em breve!

Agradecimentos: Agradecemos primeiro à Deus, por estarmos sempre crescendo e tendo a oportunidade de aprender, à Claudinha Leitte, pela oportunidade, pela sua generosidade, pela sua simpatia e por todo o carinho que teve conosco. E agradeço também à Paulo Arthur por tudo que fez pela gente.

Welcome to the Jungle!!

Bjs e abraços à todos!!

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Estou começando uma banda, qual a "Fórmula do sucesso"?

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Olá meus queridos leitores, desde já admito que estou um pouco ausente do blog e que minhas postagens estão sendo feitas com uma menor frequência, mas hoje eu estou impolgadíssimo p/ escrever.

Será que existe uma fórmula mágica p/ o sucesso?

Hoje em dia muitas pessoas, dentre desconhecidos e amigos, vem me procurar p/ conseguir algumas dicas de como chegar a um sucesso. Sempre falo que acho que tem uma fórmula mágica, mas a diferença é a forma de cada um enxergar essa fórmula.

Vamos começar por uma conversa que tive hoje com Thiago, meu sócio. Conversávamos que muita gente faz banda porque acha que vai dar certo, porque acha que o povo vai gostar, porque acha que é comercial, mas o problema tá no "achar"! Não devemos achar, nem muito menos fazer banda p/ ganhar dinheiro, somente!

Vamos usar o mercado que atualmente trabalho, o do forró:

1º: Música é uma arte, é criação, é dom. Como toda criação, não pode ser uma coisa mecânica, tem que ter uma essência por trás, uma alma. Quando se cria uma banda, se cria com uma vontade de fazer o que gosta, de cantar o que ama, de tocar com prazer, naturalmente as pessoas vão se identificando e gostando;

2º: O trabalho de um produtor é lapidar esse talento, que geralmente vem bruto. Daí vão sendo aperfeiçoadas as técnicas, as formas, o jeito e a atitude de acordo com o mercado e com o estilo;

3º: As primeiras apresentações são tipo amostras grátis, p/ mostrar o trabalho. Você já viu algum vendedor dizer assim: "Se você não gostar não paga!". Perfeito, tem que ser assim, temos que apostar na qualidade do produto e oferecer muitas vezes de graça. A frase é: "Mostrar a cara". O Povo tem que conhecer;

4º: P/ o povo conhecer precisamos fazer de tudo p/ divulgar, youtube, myspace, mailling, orkut, amigos, distribuição de cd em bares e locais estratégicos;

5º: Penso que toda banda precisa ter uma casa, ter uma base, um ponto de apoio, o lugar p/ se tocar periodicamente e criar um vínculo com o público, fazer fãs, conquistar admiradores. Um verdadeiro projeto próprio, de onde possam sair convites extras e contratos futuros;

6º: Aceitar as críticas sempre. Eis o segredo do sucesso. Muita gente fica chateada com as críticas e se defende na hora que elas chegam, ERRADO! Quem acha que já aprendeu tudo que precisava estaciona no tempo, precisamos dar ouvidos à todas as críticas e tentar melhorar com elas;

7º: De repente conseguimos conquistar alguns shows, alguns fãs, algumas coisinhas que nos faz sentir um pouco de orgulho, aí mora o perigo. Cuidado p/ não pensar que já chegou no ponto final, que não precisa do povo, das pessoas, que podem ser identificadas como desentendidas, humildade acima de tudo. Ex.: Uma vez um cara me parou numa lanchonete, ele tinha bebido, e quase que eu o desprezo, mas parei p/ escutá-lo um pouco e esse cara me falou muitas coisas legais que guardei comigo.

8º: Organização e boa logística: Quando se está administrando pessoas, equipe, precisamos sempre estar atentos aos erros, p/ as coisas que não estão dando certo e sempre corrigindo. É assim que se cresce. Quando uma banda cresce, naturalmente, lojísticas e procedimentos vão ficando obsoletos, e normalmente esses crescimentos são rápidos demais, cabe aos líderes dos projetos ficarem atentos e não deixarem o processo desandar.

9º: Devemos conhecer de mercado, isso é uma das principais coisas. Não podemos ficar insistindo em divulgações que não tem nenhum impacto, insistindo em ficar só usando a net p/ chegar ao povo e esperar os contratos caírem do céu. Se apeguem a parceiros, grandes vendedores, ofereçam % de vendas, viaje, corra, "futulque", seja furão, não tenha vergonha!

10º: Profissionalismo acima de tudo. Seja profissional, marque e cumpra, seja honesto, não busque derrubar ninguém p/ crescer, o sol brilha p/ todos.

11º: Não minta, as pessoas sabem quando as outras estão mentindo, tipo:
- Já estamos estourados lá no "cafundor do judas", lá a banda tem público;
- Fizemos 200 mil cds mês passado, mas tô sem nenhum agora porque semana passada estávamos em Pernambuco divulgando, tô com muitos contatos lá;
- Dom King está com a gente no projeto!

12º: Não viaje nos valores, peçam sempre um pouco mais, porque tem sempre tem uma pechincha, mas saibam quem vocês são, qual o porte. As vezes esses valores afastam os contratantes, ex:
- (Uma banda que merece uns R$ 800,00, pois estão começando) Quanto vocês estão combrando, p/ vê se dou uma força em um evento meu?
- Posso fazer um valor ótimo p/ você, R$ 3.000,00, só porque é p/ você!
- (O certo é assim) Meu velho, você paga o que achar justo, quero estar no seu evento e quero que veja a banda, nosso custo é x, se o pessoal gostar você avalia aí e me paga, fique tranquilo!!!

13º: Seja paciente e tenha uma boa cabeça, trabalhe o psicológico p/ aguentar as mentiras, máfias, e as ignorâncias.

14º: Amor, faça com amor. Naqueles dias em que tudo der errado, em que você estiver devendo, em que você já estiver cansado de correr, lutar e ninguém lhe dar uma oportunidade, é nesse dia que você tem que dar o gás, pois depois desse dia tudo vai melhorar!!!!!!!

Peças chaves:
- Cantor: 40% de Carisma, 40% de talento, 10% de beleza, 10% de performance;
- Banda: Entrosamento;
- Produtor: Ordem na casa;
- Divulgador: Meio de chegar aos outros;
- Empresário: Vendedor, fundamental (tem poucos bons no mercado pois a prepotência acaba com eles);

Espero ter ajudado à alguém nesse post. Saibam que o mercado é difícil, complicado e que as coisas não acontecem da noite p/ o dia. Roupa Nova demorou 20 anos p/ chegar onde estão, Victor e Léo uns 15 anos, então façam porque amam!